A terceira audiência do caso Jeff Machado: Depoimentos e desfecho do processo
A terceira audiência do processo contra os dois presos acusados do homicídio doloso e ocultação de cadáver do ator Jeff Machado teve início às 13h55 desta sexta-feira (26), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Centro da capital fluminense. Nesta etapa, estão previstos 13 depoimentos, incluindo dos dois réus, Jeander Vinícius da Silva Braga e Bruno de Souza Rodrigues. Essa audiência provavelmente será decisiva para determinar se os réus serão levados a júri popular ou não.
Emanuelle Maciel Pinto: a primeira testemunha
A primeira testemunha a prestar depoimento foi Emanuelle Maciel Pinto, vizinha da quitinete onde o corpo de Jeff Machado foi encontrado. Ela relatou que conheceu Bruno entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2023, quando ele afirmou que moraria no local e estava realizando reformas no apartamento.
"Depois ele sumiu. Pouco antes do corpo ser encontrado, eu até comentei que achei que ele tinha desistido da obra", comentou Emanuelle, no primeiro depoimento desta audiência.
O corpo de Jeff Machado foi encontrado enterrado em um baú e concretado em um terreno na Zona Oeste do Rio, em maio do ano passado.
Policial responsável pelo monitoramento de antenas também depõe
Outro depoimento importante desta audiência é o do policial responsável pelo monitoramento de antenas da região. A prova identificou que o telefone que pertencia a Jeff estava com Bruno. Essa informação pode ser determinante para a juíza avaliar a participação dos réus no crime.
Julgamento e audiências anteriores
O julgamento teve início em outubro, com a realização da primeira audiência. Nessa ocasião, três pessoas foram ouvidas, sendo uma delas a mãe do ator, Maria das Dores Machado. Durante seu depoimento, ela descreveu Bruno como "extremamente maquiavélico" por ter se passado pelo filho e mentido para ela.
O inspetor da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, Igor Rodrigues Bello, também prestou depoimento durante a primeira audiência. Segundo ele, há evidências de que o crime foi premeditado.
Uma das reviravoltas nas investigações ocorreu com o depoimento de um motorista de táxi especializado no transporte de animais (conhecido como taxi dog). Esse motorista foi contratado para levar os oito cachorros de Jeff para um centro de umbanda desativado. Porém, ao depor na polícia, ele afirmou que quem apareceu para acompanhá-lo no transporte dos cães foi Bruno, dizendo estar se passando por Jeff.
O taxista procurou a polícia após ver postagens nas redes sociais sobre cachorros da mesma raça dos animais que ele transportou, que estavam perambulando pela Zona Oeste do Rio.
A investigação concluiu que Bruno se passou por Jeff em diversas ocasiões após o crime, inclusive ao falar com a mãe do ator. Essa falsa identidade atribuída ao réu é uma das acusações presentes na denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que inclui também crimes como homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver, estelionato, crimes patrimoniais contra o espólio de Jeff Machado, invasão de dispositivo eletrônico e maus-tratos aos animais.
Desaparecimento e motivação do crime
Jeff Machado desapareceu no final de janeiro e seu corpo só foi encontrado em maio, enterrado em um baú concretado pelos réus em uma casa em Campo Grande. A polícia acredita que a motivação do crime foi o ator ter cobrado de Bruno uma falsa promessa de vaga em uma novela, e que Jeff chegou a pagar R$ 18 mil aos criminosos.
O promotores de justiça Alexandre Murilo Graça e Sauvei Lai ofereceram denúncia pelo conjunto de crimes supracitados, porém apenas Bruno deverá responder por todas as imputações, uma vez que estava presente em todas as ações. Jeander é acusado apenas de homicídio, ocultação de cadáver e maus-tratos a animais.
Com a realização desta terceira audiência, o processo se encaminha para uma possível definição sobre o futuro dos réus. A decisão da juíza sobre o envio do caso a júri popular ou não deverá ser um dos desfechos mais aguardados dessa etapa.
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