O policial penal Bruce Lee Saldanha Oliveira vai a júri popular pela morte de Daiane de Jesus Oliveira
Justiça define que Bruce Lee será julgado por homicídio qualificado por dificultar a defesa da vítima
No dia 4 de dezembro de 2020, a cidade de Cascavel, no oeste do Paraná, foi abalada pelo trágico caso de Daiane de Jesus Oliveira, de 28 anos, que foi agredida por seguranças, abandonada na rua e posteriormente atropelada. Imagens de uma câmera de segurança registraram toda a violência que resultou na morte da jovem.
A primeira fase das audiências de instrução do caso foi realizada recentemente e definiu que o policial penal Bruce Lee Saldanha Oliveira, um dos envolvidos, será levado a júri popular. Durante a audiência, que durou sete horas, ficou estabelecido que Bruce Lee responderá por homicídio com a qualificadora de dificultar a defesa da vítima. Cabe recurso da decisão.
As imagens marcantes do caso
As imagens captadas pelas câmeras de segurança mostram o desenrolar dos fatos que culminaram na morte trágica de Daiane de Jesus Oliveira. Inicialmente, é possível ver Daiane sendo retirada à força de uma casa noturna e, em seguida, sendo agredida por seguranças até ser abandonada na rua. Instantes depois, a jovem é atropelada por um carro e arrastada, resultando em sua morte.
Nas imagens, é possível observar o policial penal Bruce Lee Saldanha Oliveira tentando afastar Daiane da boate com agressões, que, segundo sua defesa, foram tomadas em legítima defesa, devido a alegação de que a jovem estaria com cacos de vidro na mão. No entanto, essa versão será submetida à análise do júri popular.
As próximas etapas do julgamento
Após a decisão de que Bruce Lee será levado a júri popular, seu advogado de defesa, Alisson da Luz, afirmou que está estudando as possibilidades e avaliando a realização de um pedido de desaforamento, ou seja, a transferência do julgamento para outra comarca.
Na fase de audiências de instrução, foram ouvidas as testemunhas tanto do Ministério Público quanto da defesa. Em seguida, ocorreu o interrogatório dos réus, incluindo o policial penal. Agora, o processo seguirá para as próximas etapas do julgamento até a definição do veredito.
Os demais envolvidos no caso
Além do policial penal Bruce Lee Saldanha Oliveira, outros dois seguranças foram denunciados pelo Ministério Público pelo homicídio de Daiane de Jesus Oliveira. Jefferson Aparecido da Silva e Lucineia Monteiro Borges respondem por homicídio doloso com qualificadoras de motivo fútil e dificultar a defesa da vítima.
No entanto, na fase das audiências de instrução, a defesa de Lucineia pediu a suspensão do processo por omissão de socorro com resultado morte, solicitação que foi aceita pelo juiz para ambos os seguranças. Dessa forma, nenhum dos dois irá a júri popular e o julgamento será realizado pelo Tribunal do Júri.
O Ministério Público ofereceu um acordo aos seguranças, que foi aceito. Jefferson irá cumprir 300 horas de serviços comunitários, enquanto Lucineia pagará uma indenização de seis salários mínimos para uma entidade assistencial ainda a ser definida. A defesa da família de Daiane pretende recorrer e contestar as qualificadoras retiradas pelo juiz, como a de motivo fútil.
Uma análise das imagens e da confusão
As imagens captadas pelas câmeras de segurança, mesmo sem áudio, revelam o desenrolar da briga que resultou na morte de Daiane de Jesus Oliveira. Os eventos começam às 4h32 da manhã, quando um homem parece repreender a jovem na calçada em frente à boate Moonlight.
Aos 4h33, o homem chuta uma lata de bebida e a jovem reage, partindo para cima dele e iniciando uma briga na rua. Ela é agredida com pelo menos dois chutes e um empurrão. Outras duas pessoas que estão do lado de fora de um estabelecimento observam a briga, sem intervir inicialmente.
Aos 4h33, a jovem corre em direção a um objeto na rua e é segurada por um homem por alguns segundos. Logo em seguida, o homem com quem ela estava brigando a empurra novamente, fazendo com que ela caia no chão. Pouco depois, uma moto passa pelo local e desvia da jovem caída.
Aos 4h34, um grupo de cinco pessoas sai do mesmo estabelecimento e observa a jovem caída na rua. Ao avistarem um carro se aproximando, eles tentam chamar a atenção do motorista, indicando que há alguém no chão. No entanto, o carro segue em frente, atropelando a vítima.
O caso de Daiane de Jesus Oliveira chocou a cidade de Cascavel e traz à tona questões sobre a segurança e a responsabilidade dos profissionais da área. A partir de agora, o julgamento de Bruce Lee Saldanha Oliveira seguirá para o júri popular, onde será definido o desfecho deste triste episódio que marcou a vida de todos os envolvidos.
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