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Paciente espera há 3 meses por remédio para asma no RN: 'Não tenho qualidade de vida'

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O servidor público Jeferson Rocha enfrenta falta de medicamento para asma

O servidor público Jeferson Rocha, de 37 anos, está há cerca de 3 meses sem receber o medicamento para asma fornecido pela Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) do Rio Grande do Norte. O paciente precisa tomar o remédio duas vezes ao dia para não ter crises, mas, segundo ele, os últimos dias têm sido difíceis.

"Ele é essencial, é a minha saúde. Sem essa medicação eu tenho falta de ar, eu não tenho qualidade de vida de uma forma geral, por que eu não consigo fazer as atividades básicas do dia. Até caminhar de um ponto a outro é difícil pra mim. Eu tomo ela duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, para que eu não tenha crises graves de asma. Quando eu não tomo, ela [a doença] vai se desencadeando e piorando de uma forma que eu preciso, além de tomar a medicação, ir para o hospital para tomar outras", contou Jeferson Rocha.

O servidor público ainda relatou que já procurou a Unicat cerca de três vezes, mas em todas as oportunidades foi informado que o medicamento ainda estava indisponível.

"Eu já fui três vezes [à Unicat], em meses diferentes, para saber [sobre a chegada do medicamento]. Eles dizem que não têm previsão, que está em licitação. E da última vez eu decidi perguntar em que 'pé' da licitação estava, já que fazia mais de dois meses que eu estava sem ela. E uma pessoa ia passando pra outra, que ia passando pra outra, e a última pessoa foi a secretária geral da Unicat. Ela disse que não sabia dessa informação e que quem saberia era a farmacêutica, e essa farmacêutica não está lá em todos os horários. Então, eu sei que está em licitação, mas não sei em que 'pé' está", detalhou o servidor público.

Falta de medicamentos

Cerca de 80 tipos de medicamentos estão em falta atualmente na Unicat para pacientes do Rio Grande do Norte. Entre os remédios indisponíveis estão os fornecidos pelo governo do estado e pelo governo federal, através do Ministério da Saúde. Alguns medicamentos estão no aguardo da distribuição do Ministério da Saúde, outros no aguardo da finalização de processo licitatório e de processo de aquisição, e outros estão sem estoque porque não há pacientes cadastrados para o recebimento.

O medicamento de Jeferson está nessa lista de medicamentos em falta. Segundo a direção da Unicat, a medicação aguardada pelo servidor público "está em fase de conclusão da licitação para aquisição de novo lote". A unidade ainda informou que "todos os processos de licitações e aquisições são conduzidos com a maior celeridade possível, contando também com a disponibilidade de mercado para atender a demanda apresentada pelo órgão".

"Além de agravar a asma, isso tudo causa um sentimento de impotência e de falta de assistência do Estado. Na verdade, é um direito nosso ter essa medicação disponível. Isso também mostra que o Estado não está organizado, de certa forma. A licitação é para acontecer antes da medicação acabar, pra justamente não faltar. O Estado está esperando a medicação acabar para fazer a licitação e todo o processo de compra, que é burocrático, demorado, e a gente fica à mercê", desabafou Jeferson Rocha.

A lista completa dos medicamentos que estão disponíveis e indisponíveis no Rio Grande do Norte pode ser vista no site da Unicat.

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