Conferência Climática da ONU aprova fundo para países mais atingidos pelo aquecimento global

A COP28 e a urgência em combater as mudanças climáticas

A 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas teve início nesta quinta-feira (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Está previsto que 2023 seja o ano mais quente já registrado, com as temperaturas alcançando níveis próximos aos limites estabelecidos pelo histórico Acordo de Paris. Durante duas semanas, representantes de quase 200 países se reunirão em um gigantesco centro de convenções para discutir estratégias e ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Um fato que tem gerado polêmica é o fato de a conferência ser presidida pelo chefe de uma estatal de petróleo, o sultão Al Jaber. Recentemente, a rede britânica BBC divulgou documentos que mostram que o sultão estaria defendendo os interesses da empresa petrolífera Adnoc em vez de focar nos esforços para a redução de combustíveis fósseis. O sultão negou essas acusações e prometeu engajar a indústria em um diálogo proativo.

Apesar das polêmicas, a COP28 começou com um acordo histórico. Países ricos anunciaram as primeiras contribuições para o Fundo Perdas e Danos, estabelecido na COP do ano passado com o objetivo de auxiliar nações mais vulneráveis a lidar com desastres climáticos. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, celebrou o acordo, ressaltando que o Brasil poderá recorrer ao fundo, mas a prioridade serão os países de menor renda.

Ao abordar as mudanças climáticas, é importante ressaltar a urgência em combater esse problema. Os impactos das mudanças climáticas já estão se manifestando através de eventos climáticos extremos e previsões que se tornaram realidades tristes. A advogada especialista em mudanças climáticas, Caroline Prolo, destaca que ainda é difícil estimar a dimensão das necessidades, dadas as condições atuais.

A importância do Acordo de Paris

O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 196 países, estabelece metas e ações para limitar o aquecimento global a no máximo 2°C acima dos níveis pré-industriais. Além disso, visa a implementação de esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, a fim de evitar os piores impactos das mudanças climáticas. No entanto, um relatório recente da Organização Meteorológica Mundial alerta que as temperaturas em 2023 estão próximas dos limites estabelecidos pelo acordo.

Os compromissos nacionais para redução de emissões de gases de efeito estufa, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês), são peças fundamentais para o cumprimento do Acordo de Paris. Cada país é responsável por definir suas metas de redução e implementar ações para alcançá-las. Na COP28, espera-se que sejam discutidos os avanços no cumprimento dessas metas e sejam estabelecidos novos compromissos.

Ação global para o combate às mudanças climáticas

O combate às mudanças climáticas demanda uma ação global e coordenada de todos os países. A redução das emissões de gases de efeito estufa, a transição para uma economia de baixo carbono e a adaptação às mudanças já em curso são desafios que requerem esforços conjuntos.

A COP28 é uma oportunidade para que os países compartilhem experiências, discutam desafios e estabeleçam estratégias de ação. Além disso, é um momento para que sejam firmados acordos e parcerias que possam impulsionar a implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para o enfrentamento das mudanças climáticas.

Conclusão

A COP28 é um evento de extrema importância para o combate às mudanças climáticas. Com a proximidade das temperaturas atingirem níveis históricos e a urgência em tomar medidas para evitar os piores impactos, os países precisam se unir em prol do meio ambiente e do futuro do planeta.

A presidência da conferência pelo chefe de uma estatal de petróleo gera questionamentos, mas espera-se que o diálogo proativo prometido pelo sultão Al Jaber possa resultar em ações concretas para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O Fundo Perdas e Danos é uma iniciativa importante para ajudar as nações mais vulneráveis a lidar com os desastres climáticos. É essencial que os países ricos contribuam com recursos para auxiliar aqueles que são mais afetados pelos efeitos das mudanças climáticas.

O Acordo de Paris estabeleceu metas ambiciosas para limitar o aquecimento global, mas é necessário que essas metas sejam cumpridas e que sejam estabelecidos novos compromissos de redução de emissões. A ação global e coordenada é fundamental para combater as mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

A COP28 é a oportunidade para que os países discutam estratégias, compartilhem experiências e firmem parcerias que possam acelerar o progresso no enfrentamento das mudanças climáticas. O futuro do planeta depende de ações concretas e urgentes, e a conferência é o local onde essas ações podem ser definidas.