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A ata do FOMC revela sinais do fim do ciclo de alta de juros nos EUA

A ata do FOMC divulgada nesta terça-feira (21) pelo Federal Reserve manteve o tom cauteloso tanto dos comunicados anteriores como das recentes declarações de integrantes do comitê que define a política monetária dos EUA. No entanto, os economistas encontraram no conteúdo do documento sinais de que o ciclo de alta de juros possivelmente já se encerrou. A incerteza no cenário externo foi citada como um fator que pode permitir um acréscimo nas taxas futuramente.

O economista chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirmou que, mesmo sob o tom conservador da ata, o Fed busca manter as taxas de juros em níveis restritivos, a fim de evitar um alívio das condições financeiras que poderia frustrar a desinflação atual. Ele projeta que a ata terá pouco impacto nos mercados e que o ciclo de alta de juros provavelmente chegou ao fim.

A ata também chamou a atenção para a alta dos juros longos, relacionando-a à subida dos prêmios de termo, que podem ser influenciados por uma taxa real de juros neutra mais alta, maior incerteza fiscal e resiliência da economia. O documento ressaltou a relevância da duração desse fenômeno e indicou a necessidade de uma alteração dos rumos da política monetária caso a elevação dos juros seja duradoura.

Andressa Durão, economista da ASA Investments, classificou a ata como neutra em relação aos últimos discursos do Fed, enfatizando a manutenção do viés "hawkish", como era esperado. Ela destacou que a ata deixa aberta a possibilidade de novas altas de juros, dependendo dos dados, especialmente do movimento dos juros de longo prazo.

Danilo Igliori, economista chefe da Nomad, ressaltou a importância dada pela ata ao aperto das condições financeiras e de crédito, reconhecendo seu impacto na atividade econômica, nas contratações e na inflação. No entanto, o documento afirma que ainda não se sabe em qual magnitude esses fatores irão se manifestar.

Igliori acredita que o ciclo de alta de juros provavelmente já chega ao fim, mas a política monetária deverá permanecer restritiva por um período considerável. Ele projeta que a queda dos juros ocorrerá na segunda metade do próximo ano, ressaltando a importância de manter a cautela devido às incertezas do cenário internacional.

Sávio Barbosa, economista chefe da Kínitro Capital, não encontrou grandes novidades na ata, uma vez que a maioria dos participantes do FOMC concordou sobre a necessidade de um movimento cuidadoso. Barbosa ressalta que o discurso do Comitê tem sido de manter as taxas restritivas até que a inflação mostre uma desaceleração sustentada em direção à meta.

Em resumo, há um consenso entre analistas e no mercado de que o ciclo de alta de juros nos EUA possivelmente chegou ao fim. Embora a ata do FOMC deixe aberta a possibilidade de novas altas de juros, os economistas acreditam que a política monetária permanecerá restritiva por um período considerável. A expectativa é que os juros comecem a cair na segunda metade do próximo ano, mas é necessário manter a cautela diante das incertezas globais.

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