A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) contribui para impulsionar o crescimento tecnológico de Santa Catarina em Barcelona
A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), em parceria com a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE), participou de uma missão internacional em Barcelona, Espanha, com o objetivo de trocar conhecimentos sobre o ecossistema de inovação e o desenvolvimento de cidades inteligentes. A comitiva contou com representantes da Unesc, Sebrae, gestores públicos, prefeitos, secretários municipais, outras universidades de Santa Catarina, presidentes de associações empresariais e diretores de centros de inovação.
A experiência em Barcelona e o modelo de inovação
A missão teve a oportunidade de visitar diversas empresas e startups em Barcelona que estão focadas no desenvolvimento de tecnologias para áreas como indústria 4.0 e cidades inteligentes. Uma das empresas visitadas foi a DFactory, que abriga 30 startups e oferece soluções tecnológicas inovadoras. Também foi possível conhecer o Tech Barcelona, uma organização sem fins lucrativos que promove a conexão de ideias e oportunidades para o desenvolvimento do porto de Barcelona.
Além das visitas às empresas, a comitiva também teve a chance de conhecer centros de inovação nas áreas de saúde e tecnologia da informação. Nas áreas de saúde, foram apresentadas soluções como telemedicina, terapias virtuais, inteligência artificial, monitoramento de pacientes e cuidados de saúde domiciliares. Já na área de tecnologia da informação, foram destacadas iniciativas para cidades inteligentes, como mobilidade sustentável, energia, água e serviços públicos.
Uma das grandes inspirações para os participantes da missão foi a transformação do bairro industrial de Poblenou, em Barcelona, no distrito de inovação inteligente 22@. Esse distrito abriga nove universidades e vinte e dois centros de inovação, e é conhecido por buscar um equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida funcional. Para isso, o bairro adota medidas sustentáveis, como tratamento subterrâneo de água e reciclagem de lama residual.
Os desafios das cidades inteligentes
Durante a visita, também foram discutidos os desafios das cidades inteligentes, como o compartilhamento de informações e dados entre cidades e países. Essa troca de informações é fundamental para o desenvolvimento de projetos nesse âmbito, mas ainda enfrenta dificuldades significativas. No entanto, a professora Gisele Coelho, pró-reitora da Unesc, acredita que Santa Catarina possui todos os recursos para se tornar um estado inteligente, como indicadores positivos de IDH e competitividade.
Segundo a pró-reitora, o estado precisa investir em projetos estruturantes que envolvam diferentes setores da sociedade, como o público e o privado, para incentivar a inovação e o desenvolvimento. Além disso, a cultura empresarial de investir em pesquisa e desenvolvimento deve ser fortalecida para atrair investimentos público-privados e transformar a indústria e o setor de serviços catarinense em referências nacionais e internacionais.
Feira mundial de cidades inteligentes
A missão também teve a oportunidade de participar da Smart City Expo World Congress 2023, a maior feira mundial sobre cidades inteligentes. O evento reuniu mais de 24 mil participantes de 140 países, proporcionando a troca de experiências e conhecimentos sobre o desenvolvimento de cidades mais inteligentes e conectadas. Para Gisele Coelho, os aprendizados adquiridos na feira serão essenciais para o Programa Cidade Empreendedora em Santa Catarina.
A importância da educação e da colaboração para o desenvolvimento tecnológico
Gisele Coelho destaca a importância dos investimentos em educação para o desenvolvimento de mentes capazes de transformar o meio em que vivem. Ela ressalta que a colaboração e a integração de expertises locais são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias que possibilitam um ambiente de vida mais sustentável. Santa Catarina possui um diferencial competitivo nesse sentido, com um excelente sistema acadêmico e um potencial criativo e inovador.
Segundo a pró-reitora, é essencial romper com soluções isoladas e adotar projetos mais colaborativos, construindo uma cultura de cocriação e crescimento mútuo. Além disso, é necessário investir em uma gestão baseada em dados e informações atualizadas, que possam embasar decisões estratégicas e políticas públicas conscientes. Dessa forma, Santa Catarina poderá se tornar uma referência nacional e internacional em inovação e desenvolvimento sustentável.
Redes sociais